A Gramática da Guerra: Linguagem, Poder e Estado de Exceção na América


A Gramática da Guerra: Linguagem, Poder e Estado de Exceção na América

Vanessa Maria de Castro
Brasília, 30 de novembro de 2025

Introdução

A política internacional do século XXI tem cada vez menos fronteiras nítidas entre a paz e a guerra. Os conflitos convencionais, com trincheiras e frontes definidos, cedem espaço a uma guerra difusa, na qual a linguagem não é meramente um relato dos fatos, mas o próprio campo de batalha. Este ensaio examina esse fenômeno a partir do epicentro de uma crise hemisférica: a decisão dos Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump, de fechar o espaço aéreo da Venezuela em novembro de 2025. Este ato, um casus belli em sua materialidade, é a ponta visível de um iceberg estratégico muito mais profundo. O que está em curso é uma guerra gramatical – um conflito onde a construção semântica de inimigos, a securitização de problemas sociais e a narrativa de exceção precedem e legitimam a ação militar.

 Neste ensaio proponho o conceito de "Gramática da Guerra" como um sistema discursivo estruturado que organiza a percepção da realidade, categorizando atores, legitimando intervenções e naturalizando a violência de Estado. Através da análise da retórica do "narcoestado" e da "Operação Lança do Sul", demonstro como termos aparentemente descritivos operam como dispositivos de poder geopolítico. Este trabalho navega pelas teorias de Agamben, Foucault e Saussure para decodificar como a linguagem constrói o estado de exceção, e como a oralidade e a imagem, teorizadas por Gardner e Kahneman, moldam um medo coletivo que aceita passivamente a suspensão de soberanias. Ao conectar o caso venezuelano aos riscos iminentes para o Brasil, o ensaio transcende a análise de um conflito específico para revelar um padrão operacional perigoso, onde a guerra começa não com um tiro, mas com uma palavra.

A Guerra Política Contemporânea

O anúncio de Donald Trump sobre o fechamento do espaço aéreo venezuelano, no dia 29 de novembro de 2025, evidencia a complexidade da guerra política contemporânea, que não se limita apenas à mobilização militar, mas articula-se de forma estratégica através da linguagem. Trata-se de uma guerra em que a oralidade, a gramática da guerra e a disputa semântica desempenham papel central, organizando inimigos, legitimando intervenções e estruturando o medo coletivo. Invadir o espaço aéreo de um país soberano configura, objetivamente, um ato de guerra; porém, o que amplifica sua gravidade é a forma como essa ação é narrada, interpretada e percebida pelo público e pelos meios de comunicação. A gravidade reside na conjunção entre ação concreta e narrativa estratégica, articulando política, linguagem e cognição de modo a construir inimigos, legitimar intervenções e naturalizar a violência.

A Gramática da Guerra: A Construção Semântica de "Narcoestado" e "Narcotráfico" e os Riscos para o Brasil

A gramática da guerra pode ser entendida como um sistema estruturado de práticas discursivas e narrativas que organizam inimigos, legitimam ações e funcionam como um dispositivo de poder. Termos como "narcotráfico" e "narcoterrorista" não são neutros; são signos carregados de significados geopolíticos que promovem a securitização de um problema social. O narcotraficante, em particular, é retratado não como um mero criminoso, mas como o "empresário do crime", que se instala na lacuna do Estado, gerando violência estruturada e subvertendo a ordem. Essa construção semântica é o fundamento que permite transformar um problema de segurança pública em uma ameaça existencial à segurança global, preparando o terreno para justificar ações externas e militares.

O termo narcotráfico refere-se à atividade ilícita que envolve a produção, distribuição e venda de substâncias psicoativas, com o objetivo de gerar lucro para organizações criminosas. Este conceito descreve um fenômeno de crime organizado, em que cartéis e facções criminosas operam de maneira estruturada, transgredindo as fronteiras nacionais e criando redes de comércio ilegal que afetam a segurança interna dos países. O narcotráfico é, essencialmente, um problema de segurança pública.

Por outro lado, o termo narcoestado descreve uma condição política e institucional em que o narcotráfico não é apenas um crime isolado, mas se infiltra e corrompe o próprio Estado. Em um narcoestado, as organizações criminosas que gerenciam o tráfico de drogas se tornam suficientemente poderosas para influenciar, corromper ou até controlar as instituições governamentais. O narcoestado transcende o narcotráfico, pois a atividade ilícita passa a ser uma força estruturante dentro do próprio funcionamento do governo.

A distinção é crucial para a análise geopolítica, pois enquanto o narcotráfico é um problema de segurança interna, o narcoestado é considerado uma ameaça à soberania e à estabilidade regional. O rótulo de narcoestado é frequentemente utilizado na política internacional como uma estratégia de justificação para intervenções externas, sanções ou pressões diplomáticas.

A retórica de Donald Trump sobre o "narcoestado" tem sido uma ferramenta geopolítica fundamental. O termo, frequentemente associado à Venezuela, foi utilizado para caracterizar regimes que, supostamente, abrigam ou são corrompidos por organizações criminosas. Para Trump, a Venezuela de Nicolás Maduro é o exemplo principal deste modelo. A retórica associada ao "narcoestado" transformou o narcotráfico em uma ameaça à segurança hemisférica, utilizando essa narrativa para justificar a "pressão máxima", sanções e até mesmo o apoio a ações militares (AGAMBEN, 2003; GONZÁLEZ, 2019).

A Instrumentalização Geopolítica: O Caso da Operação Lança do Sul

O Comando Sul dos Estados Unidos (SOUTHCOM) é uma peça central na arquitetura de segurança americana, responsável por operações militares na América Central, América do Sul e Caribe. A Operação Lança do Sul (Operation Southern Spear), lançada em 13 de novembro de 2025, oferece um estudo de caso relevante para entender a instrumentalização da segurança na política externa dos Estados Unidos.

Anunciada com o objetivo declarado de combater o narcotráfico e o narcoterrorismo, uma análise mais profunda revela que a operação representa a materialização da securitização do narcotráfico, uma estratégia discursiva que transforma um problema criminal transnacional em uma ameaça existencial. A operação, que mobilizou um reforço militar substancial, serviu como um pretexto para o cerco militar-diplomático à Venezuela, rotulando o regime de Nicolás Maduro como um "narcoestado".

Dessa forma, a Operação Lança do Sul não apenas se tornou um instrumento de coerção geopolítica, mas também uma demonstração de força dos EUA, permitindo a aplicação de sanções, o isolamento diplomático e a possibilidade de ações indiretas contra um regime adversário. A estratégia visava não só enfraquecer a soberania venezuelana, mas também consolidar o narcotráfico como uma ferramenta poderosa dentro da "Gramática da Guerra". A operação possibilitou, assim, a expansão da influência militar dos Estados Unidos na região, disfarçada sob a justificativa de promover a "segurança cooperativa".

A Onda de Militarização e a Vulnerabilidade no Caribe e América Latina

A política de Trump gerou uma onda de militarização em países latino-americanos, ampliando a vulnerabilidade regional. Países como Colômbia e Honduras foram pressionados a aceitar compromissos militares com os EUA, o que afetou sua soberania. A retórica de "narcoestado" foi especialmente forte no Triângulo Norte da América Central, onde Honduras, El Salvador e Guatemala enfrentaram pressões externas para adotar políticas de segurança mais severas, como a militarização de suas fronteiras e o controle dos fluxos migratórios. A retórica de Trump promove uma lógica de securitização que impacta diretamente a autonomia dessas nações, forçando-as a alinhar suas políticas de segurança à agenda dos Estados Unidos (ROMERO, 2017).

Geopolítica dos EUA e a Crise Venezuelana

A política externa dos Estados Unidos em relação à Venezuela durante o governo de Donald Trump pode ser compreendida como uma interseção de interesses geoeconômicos e a busca por uma mudança de regime, com o uso estratégico da retórica de segurança para justificar a intervenção. A principal motivação geopolítica está na influência sobre os vastos recursos naturais da Venezuela, especialmente o petróleo, dado que o país detém as maiores reservas do mundo (AGÊNCIA BRASIL, 2025). As declarações de Trump, como a de que ele teria "tomado" a Venezuela e "pegado todo o petróleo" (CNN BRASIL, 2023), indicam um interesse em rearranjar as riquezas naturais venezuelanas.

Além disso, a crise venezuelana foi explorada para fins de política interna nos Estados Unidos. Ao classificar o regime de Nicolás Maduro como um "narcoestado" e seus líderes como "narcoterroristas" (STERN, 2025), Trump utilizou a retórica da segurança como uma estratégia para consolidar sua imagem de "homem forte". Essa narrativa foi também vinculada à retórica anti-imigração, com acusações de que a Venezuela estava enviando "criminosos e assassinos de alto nível" aos EUA (REVISTA FORBES, 2025).

O objetivo maior, no entanto, vai além do narcotráfico. A mudança de regime na Venezuela se insere em uma estratégia maior de reafirmação da hegemonia dos EUA na América Latina, especialmente contra governos de esquerda (BARKER, 2025). Apesar da escalada de retórica, o risco de uma guerra convencional de grande escala foi mitigado pela resistência interna venezuelana e pela presença de apoio militar de potências como Rússia e China (KIM, 2025). Nesse contexto, a guerra híbrida e a guerra de informações tornaram-se a principal tática.

O Risco Estrutural e Persistente à Soberania Brasileira

A retórica adotada por Donald Trump, ao associar o narcotráfico à segurança hemisférica, criou um precedente perigoso para a soberania de países latino-americanos, incluindo o Brasil. Essa retórica transforma problemas internos de segurança pública em uma ameaça existencial à segurança internacional, justificando ações externas.

O Brasil, com seu histórico de enfrentamento ao tráfico de drogas e de violência associada a facções criminosas como o PCC e o Comando Vermelho, encontra-se em uma posição vulnerável diante dessa lógica geopolítica. Caso um governo no Brasil adote uma postura não alinhada com os interesses dos Estados Unidos, o país pode ser facilmente rotulado como um “narcoestado”. Esse rótulo, embora construído de forma ideológica, pode ter sérias repercussões para a soberania brasileira, uma vez que a associação de facções criminosas ao narcotráfico pode ser usada como pretexto para a implementação de sanções, cortes de ajuda, ou até ações militares.

A experiência da Venezuela demonstra que, sob a retórica do “narcoestado”, a soberania de um país pode ser comprometida. O precedente estabelecido por Trump pode ser reutilizado em outros contextos, especialmente em países onde a presença do narcotráfico e a violência urbana são uma realidade. A administração de Luiz Inácio Lula da Silva, que busca uma postura de autonomia e diplomacia, corre o risco de ser confrontada com essa retórica, dada a crescente pressão internacional sobre questões de segurança pública e crime organizado (TOKATLIAN, 2018). A vulnerabilidade da soberania brasileira aumenta à medida que facções criminosas se tornam uma justificativa potencial para intervenções externas.

O Estado de Exceção e a Retórica de Trump

Assim, quando se utiliza o termo “narcoestado”, implica-se que o Estado perdeu a capacidade de exercer seu poder legítimo, transferindo-o para agentes ilegítimos. Neste contexto, a retórica de Trump evoca um Estado de exceção na Venezuela ao fechar o espaço aéreo, na lógica de Giorgio Agamben (2003), em que a suspensão das normas jurídicas se legitima como meio para restaurar a ordem.

Ferdinand de Saussure (1916) concebe o signo linguístico como a união inseparável de significante e significado. Palavras como “narcotraficante” operam como instrumentos de categorização social, criando inimigos abstratos e mobilizando o medo coletivo. No Brasil, observa-se a transposição dessa lógica discursiva para o plano doméstico, quando a extrema-direita, ao se referir a organizações como o Comando Vermelho ou o PCC, as denomina explicitamente como “narcotraficantes”. Esse discurso reproduz narrativas que naturalizam a intervenção externa e fortalecem uma atmosfera de insegurança e exceção. Um exemplo claro dessa dinâmica foi o massacre de 28 de outubro de 2025, no Rio de Janeiro, que resultou na morte de 122 homens, supostamente envolvidos com o Comando Vermelho, ilustrando como narrativas de criminalização são usadas para justificar a violência estatal.

A Guerra Simbólica: Como a Linguagem Molda Percepções

A gramática da guerra opera também através da oralidade, da imagem e da entonação, combinando som, ritmo e narrativa visual de modo a moldar percepções cognitivas. Howard Gardner (1983) demonstrou que diferentes modalidades de inteligência influenciam a forma como interpretamos mensagens; Daniel Kahneman (2011) evidenciou que julgamentos rápidos determinam nossa percepção de risco e ameaça. Assim, a repetição de signos bélicos produz um medo estrutural que prepara o público para aceitar políticas autoritárias.

Hannah Arendt (1970) contribui para compreender como a linguagem pode ser instrumento de violência simbólica, criando realidades políticas que legitimam coerção. Michel Foucault (1978) discute a relação entre poder, disciplina e biopolítica, permitindo compreender como a guerra se articula com a normalização do medo e a construção de inimigos como instrumentos de controle social.

O episódio venezuelano evidencia a articulação entre guerra material e simbólica: o anúncio de Trump de fechar o espaço aéreo, acompanhado de retórica sobre combate ao “narcotráfico”, configura uma forma de agressão inédita. A banalização desse evento nos meios de comunicação brasileiros revela a naturalização da violência e a construção de um imaginário coletivo em que o medo e a legitimidade do Estado de exceção se tornam elementos estruturais.

Poder Militar e Nuclear Global dos USA

O orçamento das Forças Armadas dos Estados Unidos em 2024 foi de aproximadamente 877 bilhões de dólares, cerca de 3,3% do PIB do país (UNITED STATES DEPARTMENT OF DEFENSE, 2025; FMI, 2025). Em comparação, o orçamento destinado às Forças Armadas do Brasil em 2025 foi de cerca de 108 bilhões de reais, aproximadamente 1,5% do PIB brasileiro (IBGE, 2025). A diferença é abismal: o orçamento militar dos EUA corresponde a 37,62% do PIB total do Brasil.

Os Estados Unidos possuem um poder militar supremo, sustentado por 1,3 milhão de militares ativos, 11 porta-aviões e uma presença global (GLOBALMILITARYNET, 2025). No que se refere ao arsenal nuclear, os EUA mantêm uma tríade nuclear (mísseis balísticos intercontinentais, submarinos nucleares e bombardeiros estratégicos) com cerca de 5.000 ogivas nucleares, sendo 1.770 implantadas e prontas para uso (FEDERATION OF AMERICAN SCIENTISTS, 2025). Em comparação, a Rússia mantém um arsenal de cerca de 6.375 ogivas, enquanto a China possui aproximadamente 320 (SIPRI, 2025). A disputa pelo domínio militar, especialmente no campo nuclear, continua a ser uma característica importante da política internacional.

Conclusão: A Imprevisibilidade da Guerra

Uma guerra, como se sabe, tem um começo definido, mas seu desfecho é uma incógnita carregada de tragédia. A imprevisibilidade inerente ao conflito, no entanto, não se aplica à sua gênese discursiva. O que a crise venezuelana de 2025 demonstrou com clareza alarmante é que a escalada beligerante é, em grande medida, previsível quando se decifra sua gramática. O fechamento do espaço aéreo e a Operação Lança do Sul não foram atos isolados ou impulsivos; foram o desfecho lógico de uma sequência cuidadosamente orquestrada de significantes – "narcoestado", "narcoterrorismo", "ameaça hemisférica" – que, repetidos à exaustão, criaram um campo de possibilidades onde a violência se tornou a resposta não apenas legítima, mas necessária.

Este ensaio argumentou que a "Gramática da Guerra" é o mecanismo central dessa engrenagem. Ela funciona como um ecossistema discursivo que corrói a soberania pela linguagem antes de fazê-lo pela força. Através da lente de exceção de Giorgio Agamben (2023), viu-se como a retórica trumpista suspendeu a norma para a Venezuela, apresentando os EUA como o poder restaurador de uma ordem supostamente perdida. Pela ótica de Michel Foucault (1978), observou-se a disciplina imposta aos Estados da região, forçados a alinhar suas políticas de segurança à agenda hegemônica. A partir da análise de Ferdinand Saussure (1916), percebo como termos como "narcotraficante" foram esvaziados de sua complexidade social e recarregados com um significado puramente beligerante, o que permite construir uma narrativa que justifica a intervenção militar e a desestabilização de um país.

O risco para o Brasil, portanto, não é uma abstração futura, mas uma vulnerabilidade presente e estrutural. O precedente venezuelano estabeleceu um modus operandi que pode ser reativado contra qualquer nação cuja soberania seja inconveniente aos interesses geopolíticos de turno. Por isso, a extrema direita vem insistindo em chamar o PPC e o Comando Vermelho de narcotraficantes. Esse é o ponto principal da análise: no ano que vem teremos eleições, e a narrativa já começou a ser desenhada. O crescimento do poderio das facções criminosas e a complexa crise de segurança pública brasileira são combustíveis semióticos prontos para serem inflamados pela mesma retórica securitizadora.

Assim, a data de 29 de novembro de 2025 fica registrada não apenas como um marco de uma agressão específica, mas como um alerta definitivo. O maior perigo não está apenas nos aviões que violam um espaço aéreo, mas nas palavras que violam o espaço do raciocínio crítico, preparando o terreno para a aceitação do inaceitável. Enfrentar a Gramática da Guerra exige, portanto, mais do que diplomacia ou poderio militar; exige uma vigilância epistemológica constante, uma capacidade de ler o mundo além das narrativas hegemônicas e de defender, com igual ferocidade, tanto a integridade territorial quanto a soberania interpretativa. A guerra começa na linguagem, e é também nesse campo que deve ser travada a primeira e mais crucial das resistências.

Referências

AGAMBEN, Giorgio. Estado de exceção. São Paulo: Boitempo, 2003.

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BBC NEWS MUNDO. Venezuela chama de ‘ameaça colonialista’ anúncio de Trump de fechar seu espaço aéreo. Redação, 29 nov. 2025. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese. Acesso em: 29 nov. 2025.

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Como citar

Castro, Vanessa Maria de. A Gramática da Guerra: Linguagem, Poder e Estado de Exceção na América. Palavra em Transe, 30 nov. 2025. Disponível em: https://palavraemtranse.blogspot.com/2025/11/a-gramatica-da-guerra-linguagem-poder-e.html

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Autora:

Sou Vanessa Maria de Castro, professora da Universidade de Brasília e psicanalista. Minha motivação para esta análise é compreender, sob uma perspectiva psicanalítica, como a linguagem é usada para construir e manipular sentidos coletivos, especialmente em contextos de poder bélico. No caso da Venezuela, a retórica adotada pelos Estados Unidos, com seu apelo ao medo e à ameaça, pode influenciar a percepção pública e justificar ações militares, criando um clima de insegurança e vulnerabilidade. A linguagem, ao ser usada para reforçar imagens de "inimigos" e "perigos", tem o poder de estruturar a realidade psíquica das populações e, assim, impactar decisões políticas e sociais, além de alimentar um ciclo de violência e desestabilização na América Latina.

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