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Tempo de Resistir

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Tempo de Resistir Vanessa Maria de Castro Em tempos sombrios, Onde as vozes são silenciadas, Os corpos são abatidos, Como se fosse um matadouro, Nas ruas, nas praças e nos becos, Só há silêncio. As vozes vão sumindo lentamente, Restam apenas sussurros, Não mais os suspiros dos amantes à noite, Mas o espanto da ausência do grito, Ausência da indignação, Ausência do desassossego, Ausência da coragem, Ausência da revolta, Ausência do tumulto, Onde está você, revolução? Onde se escondeu? Por que nos abandonou? Por que não vem nos visitar? Por que não arromba a porta e entra? Saudade dos gritos: Nas ruas, nas praças e nos becos, Hoje apenas almas penadas a perambular, Pelos becos, nas praças e nas ruas, Andam sem saber para onde: Desorientados, Desassossegados, Desesperados, Corações gelados de medo: Medo da morte, Medo da vida, Medo do ontem, Medo do amanhã, Medo do agora, Medo do amor, Medo do sexo, Medo da dor, Medo sombrio, Medo do medo, A sociedade adormecida e congelada está, Deitada ...

O Discurso de Trump e o Ataque aos Direitos Humanos sobre a Ultra-Direita

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  O Discurso de Trump e o Ataque aos Direitos Humanos sobre a Ultra-Direita Vanessa Maria de Castro Psicanalista Professora da UnB Brasília, 21 de janeiro de 2025 Os discursos de posse de Donald Trump em 2025 e 2017 não são apenas manifestações retóricas de um político que assume a presidência dos Estados Unidos, mas antes, símbolos de uma agenda autoritária e regressiva que afeta diretamente as conquistas democráticas e os direitos humanos fundamentais. Ao comparar esses dois momentos, é possível observar não apenas a continuidade de uma retórica polarizadora, mas também a intensificação de posturas conservadoras que ameaçam as liberdades civis, a dignidade humana e a igualdade de direitos, com especial impacto nas minorias e nas questões de gênero e raça. Em 2017, Trump iniciou seu governo com uma retórica agressiva que priorizava a soberania nacional e a segurança, ao mesmo tempo em que desconsiderava as questões sociais e de direitos humanos. Sua crítica ao govern...

A Nova Gramática do Autoritarismo: O Retorno de Donald Trump e o Desafio à Democracia e à IA

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A Nova Gramática do Autoritarismo: O Retorno de Donald Trump e o Desafio à Democracia e à IA Vanessa Maria de Castro Psicanalista Professora da UnB Brasília, 20 de janeiro de 2025 Donald Trump toma posse hoje, marcando um momento decisivo para os Estados Unidos e para o mundo. Desta vez, ele retorna à presidência como um estrategista experiente, com pleno domínio das instituições e do jogo político. Trump não é mais o outsider, como foi em seu primeiro mandato; ele se apresenta agora como líder de um projeto autoritário, apoiado por uma coalizão que utiliza a retórica da ordem e da moral para justificar a restrição de direitos fundamentais. Nas primeiras 48 horas de seu governo, Trump terá urgência em revogar decretos importantes que avançaram na agenda de direitos humanos, particularmente aqueles relacionados aos direitos das minorias, igualdade de gênero e liberdades civis. Ele irá acelerar a revogação dessas políticas, impondo sua pauta sem resistência, pois detém controle sobre o ...

Palavras em Transe

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Palavras em Transe As palavras carregam em si o poder de transitar entre diferentes dimensões da experiência humana: o subjetivo, o coletivo, o íntimo e o político. Em seu movimento, elas assumem formas que vão além do que é falado, moldando-se pela escrita como um ato de escuta, reflexão e reconstrução.  Há momentos em que as palavras revelam aquilo que parecia indizível, trazendo à superfície questões de dignidade, justiça e memória. Elas expõem as inquietações mais profundas, trazendo luz a sentimentos, dores e resistências que não poderiam permanecer no silêncio da alma. Em outros momentos, as palavras permanecem em um estado de trânsito, suspensas entre o que foi vivido e o que está por ser compreendido. Esse movimento não é linear, mas profundamente transformador, atravessando territórios de resistência, subjetividade e criação, enquanto buscam um espaço onde possam se expandir e se renovar. Quando escritas, as palavras não apenas narram, mas criam espaço para a multiplicidad...

“A Dança do Dia e da Noite”

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  “A Dança do Dia e da Noite” No horizonte, o sol se deita.  Tingindo o céu de azul com sua luz perfeita. Em um átimo, há a dança do casamento do dia e da noite.  Um encontro sublime, que nos    envolve. Neste véu de mistério que encobre a cidade, Um gozo acontece nesta dança luminosa. Um brilho de esperança nos enlaça    e perfuma nossas almas. Uma névoa chega de mansinho.  A noite se entrega em uma melodia.  Neste    silêncio profundo podemos sonhar mais uma vez. Vanessa Maria de Castro Janeiro de 2025